CAJU promove debate sobre papel de repórter e assessor de imprensa

O Centro Acadêmico de Jornalismo da Unime (CAJU) promoveu, na última quarta-feira (22), a primeira edição do projeto Papo de Foca, no Auditório da Unime Paralela (Campus I), que tem como objetivo trazer para os estudantes ou recém-formados o universo do mercado jornalístico. O debate teve como tema Jornalismo em jogo – Repórter x assessor de Imprensa.

Participaram do encontro Valter Lima (repórter da Rede Record), Juliana Amaral (ex-repórter da TV Record), Yula Braga (repórter na Rede Record Bahia/Rádio Sociedade), Idson Comunica (publicitário e atual assessor da Prefeitura de Madre de Deus) e Daniel de Oliveira (professor das disciplinas de Audiovisual e Radiojornalismo da Unime). 

Yula Braga foi a primeira convidada a falar de suas experiências profissionais. “Comecei o curso de jornalismo por gostar muito de rádio”, declarou. No entanto, teve suas primeiras oportunidades na TV, trabalhando na TV Salvador, Rádio CBN e Rádio Bahia FM. Hoje, atua no Factual da Rede Record. “A gente está sempre nos velórios, nos acidentes, tem que correr contra o tempo para entregar as matérias na hora certa”, afirma. Como radialista relata que tem uma rotina mais acelerada: “Por incrível que pareça no rádio as coisas são mais rápidas que na TV. O tempo todo tudo pode virar notícia”. 

O publicitário Idson Comunica trouxe para os alunos como é o mundo de um assessor que trabalha num órgão público. Segundo ele, uma das diversas funções de um assessor é cuidar da imagem do seu cliente. Além de manter sempre uma boa interação com os jornalistas. “Um assessor precisa saber lidar com escândalos e como equilibrar e tratar isso da melhor forma”, afirmou Idson. Em comparação com outras profissões consideradas delicadas, declarou: “A vida de um comunicador está para o seu público, assim como um médico para o paciente. Um comunicador pode dar vida a alguém assim como pode matar através de um texto ruim”. E continuou: “A palavra chave na assessoria é humildade”. 


Juliana Amaral tem 15 anos de profissão, formada no Rio de Janeiro onde tem família. Começou trabalhando com assessoria de comunicação na Embasa e depois todo seu trabalho foi na área televisiva. “Eu acho que é estranho para um recém-formado começar em assessoria. Deveria ser o contrário. Porque para trabalhar como assessor é preciso conhecer primeiro o veículo que você trabalha. Acho que o profissional deveria passar primeiro por uma redação para depois sim ir à assessoria”, disse.

Ao ser perguntada por um dos estudantes presentes se existem critérios específicos para ser jornalista de TV, como, por exemplo, beleza e trejeitos, Juliana respondeu: “Olha, dizer que na TV não se exige beleza seria o mesmo que mentir. Porém, hoje, mais que beleza o que os jornais estão procurando é uma boa voz, uma postura de atitude e sem dúvida um bom texto”, encorajou Amaral.

Valter Lima defendeu que os profissionais de assessorias deveriam fazer uma escala de trabalho nos finais de semana. “Existe um engano por parte dos colegas assessores que pensam que no final de semana não devem dar apoio aos jornalistas que estão de serviço. Eles esquecem que no sábado ou domingo notícias dos órgãos que eles defendem podem ser geradas”, alertou. No decorrer da palestra, citou várias situações em que houve embate entre ele e assessores. Relatou momentos de adversidades que passou em sua vida profissional e a forma como as driblou: “Sempre usei minha educação e sensatez. Essa é uma grande prova de determinação que um jornalista tem que ter, mas também uma demonstração que a todo tempo temos que saber lidar com colegas”, finalizou Valter.

Os palestrantes deixaram a reflexão que, por mais diferenças que as áreas tenham, a vida de um comunicador, independente do seu título, é sempre cheia de provas, obstáculos e dificuldades. Mas é preciso desde já ser o profissional de sucesso que se deseja para o futuro.


Por Dilson Ventura e Emerson Teixeira

1 Comentários

  1. Foi de grande valia essa palestra, que venham outras tantas para trazer a realidade da nossa profissão para a nossa realidade.

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