Énois Inteligência Jovem promove pesquisa sobre machismo e violência contra jovens

A pesquisa conduzida pela Énois | Inteligência Jovem, em parceria com os institutos Vladimir Herzog e Patrícia Galvão, com mais de 2.300 mulheres de 14 a 24 anos, das classes C, D e E,  buscou entender como a violência contra a mulher e o machismo atingem as jovens de periferia. O estudo envolveu questionário online e entrevistas em profundidade. Os resultados foram apresentados no I Seminário Internacional Cultura da Violência contra as Mulheres, em maio.


Os números mostram que 74% das entrevistadas afirmam ter recebido um tratamento diferente em sua criação, por serem mulheres; 90% dizem que deixaram de fazer alguma coisa por medo da violência, como usar determinadas roupas e frequentar espaços públicos; e 77% acham que o machismo afetou seu desenvolvimento.

Mas qual a relação entre esses dados? A ocupação do espaço público é uma das mais importantes. Na infância, enquanto os meninos brincam na rua, as meninas têm sua circulação limitada. “Eu sempre tinha que ficar dentro de casa e os meninos podiam ir pra rua. Eu gostava de empinar pipa, mas minha mãe não deixava. Às vezes eu ia escondido e, se ela me encontrasse, me pegava e me botava pra dentro”, conta uma jovem de 18 anos, moradora da Heliópolis, São Paulo. Esse comportamento – meninos na rua, meninas em casa – se perpetua ao longo da vida. Homens se sentem à vontade na rua e no transporte público, enquanto as mulheres ficam acuadas, controlando horários e peças de roupa.

É por isso que, a partir da pesquisa, a Énois lança a campanha #meninapodetudo, para estimular a discussão e o compartilhamento de informações sobre o tema. Jovens de todo o Brasil são convidadas a contar suas histórias e opiniões com a hashtag #meninapodetudo, ampliando e potencializando o alcance da pesquisa.

Outros dados e informações da escuta revelam como a cultura machista ainda limita a liberdade das mulheres e naturaliza atos violentos, como o assédio na rua ou mesmo dentro de um relacionamento.

Confira o relatório completo aqui.

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