Debate na Unime analisa relação entre mídia e genocídio da juventude negra

Sandro Batista 

Henrique Oliveira, Luciana Reis e Zaca Peixoto (Foto: Caju)
“A Cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil”. Com essa frase, do relatório final da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens, foi aberto o debate promovido pelo Centro Acadêmico de Jornalismo da Unime (Caju), na última terça-feira, às 19h, no Campus II, para discutir os motivos e propor medidas de combate ao genocídio de jovens negros.

A mesa contou com a participação do professor de história, Henrique Oliveira, que iniciou o debate falando sobre a relação e tratamento da sociedade/mídia versus negros ao longo da história do Brasil.

O professor Henrique comentou que, no passado, o senhor de engenho tinha permissão da lei para executar os seus escravos se esses cometessem alguma infração. A mídia da época mostrava o escravo negro como um inimigo a ser abatido. “Hoje, 2016, a mídia ainda legitima as mortes e influencia nosso pensamento”, disse. E em relação à audiência dos programas policiais, o professor concluiu: “Para grande parte da população brasileira, a realidade é aquela que a TV transmite.”

A jornalista Luciana Reis falou sobre suas experiências à frente da assessoria de comunicação do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca-BA). “Jornalista hoje deixou de cumprir a função social de comunicar para ser juiz”, afirmou, em relação ao papel da mídia na divulgação da violência contra os jovens.

Já o professor Zeca Peixoto, terceiro componente da mesa de debate, relacionou a violência contra jovens negros e a cobertura desses fatos pelos meios de comunicação  com a atual situação política no país. “Muito do que passamos hoje decorre da impunidade história do estado em relação à sociedade, disse.

Ele também se referiu como  à atual exposição de casos violentos pelos canais de TV como “falta de ética”. “É um desrespeito aos diretos humanos sendo legitimado por uma concessão pública”, frisou o professor.


O publico presente, composto de alunos de comunicação, professores e visitantes, ainda direcionou perguntas aos componentes da mesa ao final do debate.

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem