Desafios do ensino a distância nos colégios baianos da rede pública

     Por Stephanie Maria

Manifestações em 2019 contra cortes na educação e reforma da Previdência


Na Bahia, como forma de prevenção ao coronavírus (Covid-19), foram adotadas medidas restritivas e de isolamento social que impactaram diretamente na realidade das aulas presenciais das escolas baianas. Desde o início das restrições, em março, adaptações nas atitividades escolares ocorreram. Uma delas foi a adoção do modelo de ensino a distância (EAD) para a rede pública do estado.

Mesmo com o uso de plataformas digitais gratuitas, o acesso dos estudantes às aulas EAD não é completo. Este é o relato da estudande do Colégio Estadual Rotary, Bruna Florence, que mesmo com as atividades passadas, “muitos alunos não conseguem tirar suas dúvidas”.


A estudante contou que, mesmo com os professores passando as atividades pelo Classroom (plataforma da empresa Google), há uma dificuldade no momento das dúvidas e a situação piora para os alunos que estão precisando se concentrar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) durante todo o momento da quarentena.


“Não vale nota alguma, pois há alunos que não têm celular, computador e acesso a internet, e eles não podem sofrer consequências por isso. Não sinto que está funcionando e quem precisa estudar para o Enem está tendo que se virar.”, disse.


Desigualdade social


De acordo com o relatório de desenvolvimento humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de 2017, o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo. Durante o período de pandemia da Covid-19, essa diferença ficou ainda mais aparente. Entre as dificuldade relatadas pelos estudantes, a mais presente é a falta de ferramentas para estudarem em casa.


“O discurso de meritocracia do Ministro da Educação não tem como se aplicar no Brasil, já que é um país totalmente desigual. Todos merecem ter as mesmas chances de entrar na universidade e durante a pandemia isso se torna mais impossível, com escolas paradas e o acesso a internet sendo restrito para algumas pessoas.”, pontuou Bruna.


A estudante de ensino médio disse que suas expectativas positivas estão para o fim dessa pandemia e que consiga ir para uma faculdade ano que vem.


“Espero que essa pandemia acabe e que a gente consiga ter uma boa nota no Enem, para então ingressar no ensino superior”, concluiu.

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